Fátima Gonçalves*
No mundo todo, há um aumento de projetos usando BIM, oferecendo vantagens aos envolvidos em projetos de construção, garantindo informações necessárias a qualquer momento. Contratantes se beneficiam ao receber informações precisas do “as-built” (LOD 500), que permitem usar o modelo BIM para reduzir seu maior custo: operação e manutenção. Este método provou-se como o mais bem-sucedido durante as etapas de planejamento e projeto para obras de infraestrutura e edificações. Entretanto, principalmente nas fases finais de projeto, fabricação e construção, o potencial do BIM não é explorado ao máximo. Nessas fases, é quando o BIM é capaz de adicionar maior valor ao empreendimento. Assim, poderia a indústria da construção civil fazer uso destas vantagens com as ferramentas atualmente disponíveis? A resposta é: definitivamente sim.
O elemento chave: Planejamento de Execução BIM
No início de todo projeto BIM, os objetivos e responsabilidades dos envolvidos devem ser definidos com clareza. Quais dados devem estar disponíveis em cada etapa do projeto e em qual nível de desenvolvimento (LOD). Uma simples viga de aço seria suficiente ou é necessária uma apresentação detalhada, completa com conexões e emendas de solda? Qual nível de entrada de dados é necessário inserir em cada etapa do projeto? O planejamento de execução especifica quem deve estar habilitado para acessar certas informações em cada fase e também para qual processo ela deverá ser usada? Estas perguntas devem ser respondidas no planejamento de execução BIM e o documento gerado passa a fazer parte do processo entre o cliente e os membros do time responsável pelo projeto.
Do modelo conceitual até o realista com confiança
A definição da informação necessária em um modelo durante cada uma das fases é extremamente importante, porque ela muda conforme a elaboração do projeto; para detalhamento conceitual o LOD 100 é suficiente, já para a construção um LOD 300 ou LOD 350 confere aos modelos uma precisão a respeito da informação da geometria, dimensões, forma, posição e orientação dos objetos. Contudo, somente modelos a partir de LOD 400 possuem informações específicas o suficiente para desenvolvimento industrial, fabricação e montagem. Neste ponto é onde ocorre a mudança do modelo conceitual para o modelo realista. Por exemplo, uma planta detalhada de armadura só pode ser produzida com um software de LOD 400 em diante.
As vantagens para todos envolvidos no projeto são evidentes. Se os elementos que compõem o modelo possuírem um nível de desenvolvimento inadequado, há um aumento na quantidade de RFIs (solicitação de informações na sigla em inglês). Contudo, se um modelo altamente desenvolvido, realista e pronto para ser construído está disponível, a equipe de planejamento é capaz de fornecer de maneira confiável documentos corretos e compreensíveis para os membros do projeto. As informações presentes em modelos realistas podem ser transmitidas diretamente para o processo de fabricação. Fabricantes de estruturas em aço e concreto armado, assim como empresas de construção, recebem informações precisas que possibilitam a correta fabricação e montagem. Todos os envolvidos sabem, assim, como classificar as informações presentes no modelo, e o quanto estas são confiáveis.
*Fátima Gonçalves é Diretora de Novos Negócios da Trimble Brasil